quinta-feira, março 27, 2008

Théatron

Tempo híbrido e cinzentaço aqui a norte. Convida à introspecção e ao encasulamento. O mar está bravo e a humidade cobre tudo com uma película molhada e brilhante, que é depois lavada pela chuva tímida que a tempos escorre do céu.
Foi dia mundial do teatro (quando é que não há um dia mundial de qualquer coisa?) neste nosso país tão avesso às artes do palco. Lembrei-me das pessoas que ainda sobrevivem no Parque Mayer, agarradas às memórias gloriosas de um passado que não retornará, e só desejo que não sejam despojadas do pouco que lhes resta na recta final das suas vidas.
Deixo entretanto a minha homenagem a todos os actores que colocam o seu amor ao teatro acima das suas necessidades materiais e do seu desejo de protagonismo, esperando por subsídios estatais quiméricos e representando com todo o empenho em salas de espectáculo desertificadas. O que está morto decompõe-se, o que está vivo transforma-se! Bem-hajam!

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