sexta-feira, março 28, 2008

Quem puxará a carroça?


"(...) Ninguém duvida de que o PSD tenha um plano para salvar Portugal, mesmo que aparentemente não tenha um plano para se salvar. Toda a gente percebe que o PSD é mais difícil de governar do que o país. No PSD, que é um partido que se caracteriza por não ter ideologia nenhuma, a harmonia é rara e difícil. Veja-se o que acontece agora: o António Capucho não concorda com o Luís Filipe Menezes; o Luís Filipe Menezes não concorda com o Rui Rio; o Rui Rio não concorda com o Pacheco Pereira e o Pacheco Pereira não concorda com ninguém. O caso complica-se quando constatamos que o Luís Filipe Menezes, na ânsia de agradar a toda a gente, diz com frequência uma coisa e o seu exacto inverso, o que faz com que, muitas vezes, o presidente do PSD nem consigo mesmo concorde. E o trágico é que há quem diga que esta é a sua melhor qualidade. Faz sentido: Luís Filipe Menezes não é uma alternativa a José Sócrates. É várias. Menezes tem opiniões para todos os gostos. Há propostas capazes de agradar a todos os sectores da sociedade portuguesa, e ainda a alguns sectores de certas sociedades estrangeiras. As únicas pessoas a quem Menezes não consegue agradar, por mais que tente, são os militantes do PSD. (...)"
Excerto do artigo da rubrica Boca do Inferno de Ricardo Araújo Pereira, publicado na Visão de 13 de Março

Quando pararemos de pensar em alternativas? Quando teremos bons governantes e uma oposição condigna? Quando viveremos num clima de estabilidade, confiança e prosperidade? Quem estará à altura de tomar as rédeas? Volta Sebastião! Estás perdoado!

Foto de Julien Roumagnac

2 comentários:

confra-ria disse...

Era tão cómico se não fosse tão trágico,este país"qui est aussi le mien"é uma autentica peça tragico-cómica e consta que sou um dos figurantes ,e não acho graça nenhuma.Não consigo fingir nem fazer como a avestruz e enfiar os neurónios na areia.Faço parte das minorias que reman contra a maré e sinto-me solidário com todos os Bichos Bravos que não temem em sair da toca para lutar e manifestar contra os "vampiros" que invadiram por completo o palácio de Saõ Bento e o de Belem.Infelizmente estamos rodeados de pseudos contra-poderes,uns corruptos e outros sem poder;mass-médias detidos por grandes capitais cujos jornalistas e opiniões não estão isentos de pressões e influências;partidos partidos ou sem partido;Magistratura cada vez com menos peso na balança etc...vem ai o 25 de Abril e gostava tanto de ver florescer milhões de cravos nas mentes portuguesas...
Um abraço KIKA.

Kika disse...

Pois eu não vivi o 25 de Abril e às vezes nem acredito que o povo português participou nesta revolução. Eu sou da época em que se retiram aos trabalhadores as regalias adquiridas no pós 25-04 e em que estes se perdem em cogitações e demagogias ao invés de lutarem em massa e reivindicarem o que é seu por direito. São tempos tristes e sem mudança à vista... Mas há ainda uns quantos como nós que não baixam a cabeça, logo ainda à esperança.
Um abraço Manu e obrigada pela tua solidariedade.