Achei estes trabalhos muito curiosos, pois lembram-me o pintor flamengo Hieronymus Bosch, o artista suíço H. R. Giger e o pintor catalão Salvador Dali fundidos numa forma de representação visual única e deliciosamente surrealista (constate-se que adoro o surrealismo). A profusão de detalhes curiosíssimos e a interligação de elementos alegóricos provenientes de várias mitologias indo-europeias culmina, a meu ver, num trabalho original e impactante. Se clicarem nas imagens estas ampliam-se, o que é imprescindível.
Quanto a "Sodoma e Gomorra", um trabalho de 2000, diz Bavari: "É um projecto sempre em aberto, ao qual continuarei a acrescentar outros trabalhos. É um projecto em constante expansão, como seriam Sodoma e Gomorra se tivessem sobrevivido à Ira Divina: uma expansão irracional, caótica, exuberante e espontânea, tal como a de todas as cidades modernas."
Sodoma e Gomorra (do hebraico סְדוֹם Sodom e עֲמוֹרָה Amorah ) são, de acordo com a Bíblia judaico-cristã, duas cidades cheias de pecado e depravação que teriam sido destruídas por Deus com fogo e enxofre descido do céu. Segundo o relato bíblico, as cidades e os seus habitantes, os cananeus, foram eliminados por Deus devido à prática de actos imorais.
A expressão "Sodoma e Gomorra" aplica-se, por extensão, às cinco cidades-estado do Vale de Sidim, no Mar Salgado ou Mar Morto. Eram elas: Sodoma, Gomorra, Admá, Zebolim e Bela (também chamada de Zoar).
O Vale de Sidim (Vale dos Campos) era descrito como um lugar paradisíaco. Ocupava uma área aproximadamente circular no vale inferior do Mar Salgado, actualmente submerso pelas suas águas. A região é chamada em hebraico de Kikkár, que significa "bacia". A pequena península na margem oriental do Mar Salgado é chamada em árabe de El-Lisan, que significa "a língua". Desde a península de El-Lisan ao extremo sul, estender-se-ia o Vale de Sidim.
O Vale do Rio Jordão situa-se numa importante falha tectónica que desce abaixo do nível médio do mar. A referida destruição poderia muito bem ter sido originada por um forte sismo que tivesse desencadeado a actividade vulcânica.
Não havendo certezas quanto à causa da destruição destas cidades, sabe-se pelo menos que a criatividade de Bavari foi despoletada por este mito bíblico e com bons resultados.
2 comentários:
O que foste descobrir, amiga...
Não conhecia, mas o trabalho é fabuloso!
Bjocas!
Fico feliz por saber que gostaste Jorge, meu amigo atento :D. Esta fase fatela de final de período não dá para fazer quase nada, mas ainda assim achei tão invulgar que não resisti à partilha.
Passei pelo teu blogue e gostei imenso do que vi, só que hoje já não vai dar para comentar. Fica para um período de calmaria prazenteira.
Beijo e bom trabalho, pois também não te deve faltar.
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