



Mas as manobras de diversão continuam. A máquina não pára! Agora é a distribuição jorrante de Cagalhães e a interiorização de que caminhamos para o desenvolvimento tecnológico. Quem acredita ainda? Estou em crer que só os mais distraídos ou desinformados, o que é bastante frequente ainda em Portugal. Pois desenganem-se os que pensam que a qualidade do ensino melhorou ou que os professores são um bando de preguiçosos que se borram de medo de ser avaliados. Como consta já neste blogue, eu sou a favor da avaliação. Contudo, jamais nestes moldes persecutórios, arbitrários e ilegais. Nenhuma outra classe é avaliada desta forma e, se tudo correr pelo melhor e as pessoas continuarem a prezar a verticalidade que nos descolou as patas do chão e nos prendou com mãos, a Sra. Lurdes não vai levar a sua avante. A diarreia mental que se apossou do Ministério da Educação, e que nos tem salpicado a todos com maior ou menor intensidade, vai ficar a arroz e bananinhas para ver se estanca. Múltiplas têm sido as escolas a aderir ao boicote e estou em crer que, desta feita, o movimento não vai parar.
Se alguém se julgar no direito de contestar estas palavras faça-me apenas um favor: informe-se, documente-se, fale com propriedade. Para exibições de ignorância alarve já nos chega o beberrão do Sousa Tavares!
Até há relativamente pouco tempo tinha muito prazer e orgulho na minha profissão. Nunca me queixei de nada nem de ninguém. Consegui sempre investir na minha formação pessoal (é preciso receber para poder dar), dinamizar múltiplas actividades extra-curriculares ao longo do ano lectivo e exibir um real semblante de satisfação. Hoje sou alguém que trabalha por obrigação, que anseia pelo fim-de-semana e pelas férias e que apenas nada alterou com os seus alunos, pois trabalhar com seres humanos tem esta contrariedade: não podemos mandar tudo às urtigas. Senão a Sra. Lurdes ia enfiar as suas demenciais directrizes no buraco mais estreito que tivesse no corpo e arranjar outra vítima sobre quem descarregar as suas, por certo, cavalares frustrações.
4 comentários:
texto bravo!
resistir, claro. mas as velhas frustradas estão a adorar, porque será? revêem-se na lurditas com certeza! como tu dizes, só quem está por dentro percebe a dimensão do desastre!
abraço forte!
Lindo, se não for a bravura que nos mantém de pé acabaremos por soçobrar nestas areias movediças.
Obrigada pela tua força!
Gostei muito da ideia dos seguidores, se bem que nada percebi, eh, eh. Aquele novo blogue é giríssimo.
Beijinho grande*
Magnífico texto, amiga! Lá estarei no dia 8!
(E quanto ao resto, às vezes também me apetece mandar tudo às urtigas, mas depois penso... Não! Tudo menos deixar o país entregue aos bandalhos! Aqui há um que não vai balir!... é este desgosto feito raiva que me move.)
Meu amigo, eu estou mais na fase de escavacar! Balir nunca consegui e começo a sentir que a minha paciência está prestes a esgotar-se. Se alguém quisesse alinhar numa revolução, acredita que eu estava lá para o que desse e viesse. Grande parte das escolas deste país já boicotaram a avaliação, apesar da eterna negação da choné, e desejo veementemente que o braço de ferro resulte a nosso favor. Senão... vou mesmo ter que me dedicar à pesca!
Enviar um comentário