Eduardo Prado Coelho, Desassossego e loucura, crónica do Público de 25-09-06 (um grande senhor das nossas letras, nomeando dois iguais)
Ultimamente são muitos os que partem. Recentemente foi Eduardo Prado Coelho, hoje Luciano Pavarotti, O Tenor. Único! Inigualável!
Finalmente os jornalistas deixam-se das tretas de "vítima de doença prolongada" e chamam os bois pelos nomes. Pavarotti morreu de cancro no pâncreas aos 71 anos. Com os atentados ecológicos que cometemos, as radiações a que nos sujeitamos, o ar que respiramos, a água que consumimos e, acima de tudo, os alimentos que ingerimos (corantes, conservantes, emulsionantes, edulcorantes, fenilalaninas e outras quantas dezenas de adulterantes, para não nomear já os animais que se alimentam dos seus semelhantes e que nós posteriormente deglutimos), espanta-me que não estejamos todos cancerosos. Este é o real flagelo da nossa era e só quem com ele contacta directamente é que sabe o quão desumano, doloroso e avassalador o cancro pode ser. Torna-nos genuinamente impotentes para o que quer que seja e faz-nos encarar a morte como uma bênção.
Considerações à parte, a minha homenagem a estes dois grandes homens que directamente contribuíram para a minha felicidade: o professor Prado Coelho e o tenor Luciano Pavarotti. Tal como esta borboleta, não passaram despercebidos nem me deixaram indiferentes à beleza e peculiaridade das suas existências. Ao contrário dela, e ainda assim não tanto quanto seria de desejar, foram menos efémeros. Sou-lhes grata por terem partilhado os seus dons.
(foto Kika)
1 comentário:
Texto inspirado. A borboleta foi muito bem apanhada.
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